A Acupuntura Médica Contemporânea é nova e inovadora, mas se enraíza na longa história da Medicina. Inclui importantes orientações provenientes da Antiguidade, como idéias hipocráticas sobre uma medicina de base científica, e descobertas úteis realizadas pela medicina tradicional chinesa; descende diretamente da moderna revolução científica; compartilha com os princípios da Medicina Experimental de Claude Bernard (1865); fundamenta-se nos conhecimentos da estrutura e da função do sistema nervoso, como apresentados por Sherrington (1907), e incorpora os dados produzidos pela evolução constante das Neurociências.
Esse desenvolvimento, alicerçado pelas comprovações obtidas pelos estudos clínicos, levou à adoção da expressão Acupuntura Médica Contemporânea para designar o método terapêutico de base neurobiológica, que utiliza os princípios fisiológicos da estimulação / modulação neural periférica.
A ampliação do conhecimento dos fundamentos neurobiológicos e dos mecanismos de ação do método, simultâneo aos avanços no desvendamento da neurofisiologia e da neurobiologia das condições patológicas resultou no desenvolvimento da Acupuntura Médica como um método terapêutico da medicina atual.
A Acupuntura Médica tem sido descrita pelos seus aspectos práticos, como um método terapêutico que utiliza um conjunto de técnicas de neuroestimulação / neuromodulação, algumas de origem antiga (agulhas filiformes) e outras modernas (como a eletro-neuro-estimulação e a infiltrações de anestésicos locais). Mas o termo também designa um campo de conhecimento. As ciências que fornecem a base teórica da especialidade são: a fisiologia geral, a neurofisiologia em particular, as neurociências em especial; a anatomia geral, com ênfase para a neuroanatomia e para a anatomia funcional; a neurobiologia das manifestações clínicas, e a base de dados da pesquisa clínica.
A integração do sistema nervoso nos raciocínios clínicos e o reconhecimento dos processos neurobiológicos implicados nos estados patológicos caracterizam a Acupuntura Médica, que se adianta assim com relação a outras áreas da medicina atual, em que essas considerações ainda acontecem de modo incipiente. Também se coloca na vanguarda da terapêutica clínica, quando utiliza intervenções neuromoduladoras a partir do sistema nervoso periférico.
Distingue-se assim a especialidade entre as demais, pela sua originalidade e singularidade, e a área de atuação do especialista se diferencia da de outras modalidades de profissionais de saúde que reivindicam a autorização de realizar diagnósticos, prescrições e procedimentos técnicos, numa prática desvinculada da abordagem médica.
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