A experiência comum confirma um dado de conhecimento adquirido nas últimas cinco décadas - os melhores resultados em muitos casos de pacientes com dor podem ser obtidos pela combinação de recursos terapêuticos desenhados para modificar padrões fisiológicos ou patológicos nos diversos setores anátomo-funcionais do organismo. Cada um desses setores, pelas suas características próprias, requer uma abordagem específica.
Assim, os componentes cognitivo, afetivo-emocional e comportamental implicados nos quadros de dor crônica requerem métodos desenvolvidos na esfera da Psicologia. Um dos benefícios desse métodos é a aquisição, por parte do paciente, da capacidade de dissociar os aspectos sensorial e afetivo da dor. Há um grande beneficio também por proporcionar a vivência da ausência de dor – isso ajuda a desfazer a sensação de nunca melhorar. Além disso, a interiorização é um aprendizado útil para a saúde em geral.
Para atuar sobre os processos neurais, que são componentes cruciais das síndromes dolorosas crônicas, usam-se meios farmacológicos e métodos de neuromodulação induzida por intervenções aplicadas na periferia corporal. Entre os recursos farmacológicos, dispõe-se de analgésicos de ação periférica e central, e moduladores da atividade neural, incluindo-se os medicamentos reguladores das membranas neuronais e os que atuam sobre neurotransmissores relacionados com a comunicação nociceptiva e a percepção da dor. Entre os recursos neuromoduladores de uso ambulatorial, destacam-se os anestésicos locais, o agulhamento e a eletro-neuro-estimulação.
As intervenções, que têm como objetivo a correção de anomalias nas redes neurais implicadas no quadro clínico, atuam controlando os fatores geradores de dor, inibindo a transmissão das informações nociceptivas (relacionadas com a dor), prevenindo e revertendo a sensibilização periférica e central.
A necessidade de restauração das funções somáticas implicadas nos quadros dolorosos é atendida pelos recursos da Fisioterapia. Destacam-se os métodos de reeducação postural, e a terapia manual ou quiropraxia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário