As inter-relações entre elementos, acontecimentos ou indivíduos, desde que tenham um caráter regular e estável, tornam-se organizacionais.
Toda inter-relação organizacional supõe a existência e o jogo de atrações,
de afinidades, de possibilidades de ligações
ou de comunicações entre elementos ou indivíduos.
Edgar Morin
A revolução científica determinada pelas idéias provenientes das teorias da organização, da comunicação, da informação, levou à concepção da organização dos seres vivos, formulada por Henri Atlan. O termo auto-organização foi introduzido em 1947 por W. Ross Ashby.
Os organismos são sistemas auto-regulantes, adaptativos, capazes de autoduplicação. Para isso têm que adquirir energia do ambiente, e utilizá-la para seu trabalho biológico, e com esta finalidade, as coisas vivas agem termodinamicamente como máquinas químicas irreversíveis. Para ser auto-regulantes e adaptativos, controle e informação são essenciais. Mecanismos cibernéticos devem fornecer pelo menos a base para o steady state e características dinâmicas, tanto quanto a adaptabilidade necessária para a sobrevivência.
Assim, enquanto o componente ergônico do organismo vivo pode ser mais bem entendido em termos do fluxo de energia livre, o componente cibernético se compara a fluxo de informações, necessário para a manutenção do steady state (homeostase no sentido dado por Cannon, 1932). Os mecanismos de controle afetam o componente ergônico da vida em todos os vários níveis de organização, do molecular ao global.
A razão operacional para a existência do mecanismo cibernético é a estabilização e a conservação do componente ergônico. Adaptabilidade, controle, sobrevivência e estabilidade são facetas da mesma característica biológica central.
Há dois principais componentes a analisar para entender sistemas biológicos. Um deles compreende todos os elementos relativos à aquisição, transferência e utilização de energia, o que permite ao organismo crescer, mover-se e fazer trabalho. O outro consiste no conjunto funcionante em detecção, processamento, retenção e utilização de informação, que permite o controle do que o organismo faz e com que velocidade. Essenciais para a manutenção da vida, ambos os componentes são intimamente associados para sustentar o steady state. O componente ergônico do organismo vivo identifica-se com fluxo de energia nos seres vivos
O fluxo de energia através do organismo é canalizado pela síntese, armazenamento e utilização das ligações de alta energia dos fosfatos. Na primeira metade do séc. 20 foram elucidados os fenômenos de transferência de energia na glicólise, no ciclo do ácido tricarboxílico e o sistema de transferência de elétrons. Seu padrão básico é o mesmo desde os microorganismos anaeróbicos até plantas e animais superiores. O componente cibernético se compara a fluxo de informações. Os mecanismos de controle afetam o componente ergônico da vida em todos os vários níveis de organização, do molecular ao global.
Entender onde e como tais sistemas reguladores atuam é sem dúvida o maior desafio da biologia hoje.
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