sábado, 29 de dezembro de 2007

Stress

“A resposta ao stress precipita uma série de mudanças adaptativas
que levam a alterações autonômicas, neuroendócrinas e comportamentais.

Pode ser gatilho para a manifestação de diversas perturbações da saúde,
envolvendo distúrbios funcionais relativamente localizados ou sistêmicos,
tais como perturbações das funções viscerais, síndromes dolorosas crônicas,
distúrbios do sono, ansiedade, depressão.

Blackburn-Munro G., Blackburn-Munro R.
Pain in the brain: are hormones to blame?

Trends in Endocrinology and Metabolism 14:20-27, 2003



Diante de uma ameaça à integridade de uma pessoa, seja real ou virtual, uma seqüência de processos prepara o organismo para a luta pela sobrevivência.

Na via rápida da resposta ao stress, Do córtex pré-frontal, sinais para as amígdalas nos lobos temporais, via lócus cerúleo, desencadeiam uma cascata de eventos fisiológicos, que incluem uma via de resposta rápida, envolvendo o sistema simpático.

A ativação dos neurônios da cadeia simpática atua sobre os músculos lisos das vísceras e vasos sanguíneos, causando vasoconstrição periférica, nos intestinos e órgãos pélvicos, e dilatação das coronárias. Essas medidas garantem maior aporte de oxigênio para os músculos esqueléticos e órgãos internos, cuja atividade é crucial para a luta pela vida.

O aumento da força de batimento e da freqüência cardíaca tem a mesma finalidade.

Além da noradrenalina liberada pelos neurônios simpáticos pós-ganglionares, as supra-renais, que funcionam como gânglios simpáticos, liberam adrenalina, e a ação adrenérgica sobre o fígado permite maior oferta de glicose, necessária para manter os níveis de consumo energético elevados durante a reação que Cannon chamou de “lutar ou fugir”.

A via de ação lenta é a que se relaciona com o eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal. Grandes elevações nos níveis de cortisol produto da córtex supra-renal provocam mudanças de grande alcance no organismo, favorecendo o aparecimento de doenças ou agravação das já existentes.

Todos esses processos, que são fisiológicos e necessários para a manutenção da vida em situações de perigo, quando repetitivos, podem romper com os mecanismos de retorno à normalidade, e o sistema nervoso pode “aprender” a funcionar em modo de “alerta”, como se vê nas síndromes de stress pós-traumático, ou de ansiedade generalizada.

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