sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Acupuntura: a evolução de um paradigma

A Acupuntura, até os anos 1960, era uma cura exótica, que esteve em voga no auge da belle époque. Na época, certos círculos cultivavam o gosto – típico do Romantismo, pelo místico, misterioso, espiritual e “do além”. O impressionismo, a chinoisérie, tinham, como ecoam muitos círculos ainda hoje, vínculos com uma nova visão – mais “moderna” do mundo.

A atração pelo Oriente mágico tem raízes antigas, se relaciona com a Pérsia e com a longa presença dos Califados na Península Ibérica. A proximidade posterior do Império Turco-Otomano, que impressionava a Europa, reforçou os laços, que logo se converteram em presença física maciça de contingentes europeus no Extremo Oriente, posto que virtualmente todos os países da Europa ocidental acabaram invadindo, literalmente, a China.

Nos seus inícios, a prática da Acupuntura no Ocidente foi marcada, em muitos casos, por um traço esotérico e/ou místico. Entretanto, na atualidade, outros padrões de explicações e de evidências da eficácia são exigidos de qualquer método terapêutico.

O modelo da Medicina Baseada em Evidências, ao contrário de representar uma ameaça para a Acupuntura, acabou reforçando da validade e a certeza da sua aplicabilidade em muitas condições clínicas.

As influências do progresso científico marcam diferentes fases das explicações para a Acupuntura, como mostra o quadro evolutivo das últimas décadas identificando uma trajetória que progride para a integração:

1930 Manipulação de uma assim chamada “energia vital”

1950 Efeitos da eletricidade

1960 Teoria do “portão (ou comportas) do controle da dor”

1970 Liberação de neurotransmissores

1980 Neurofisiologia da Dor

1990 Neuromatrizes

2000 Neuromodulação induzida por estimulação neural periférica

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