Uma certa forma de eletroterapia propunha a resolução de distúrbios musculares através de uma “normalização elétrica”. A teoria que subsidia esse conceito considera que numa região de um músculo, como a da sua origem, ocorre uma polarização, compreendida como carga elétrica, enquanto em outra parte deste músculo, ou mesmo outra parte do corpo, as cargas são opostas. Fazendo passar uma corrente entre os dois sítios, o resultado seria uma equalização de cargas, e com isso o objetivo terapêutico seria realizado.
Pode-se traçar um paralelo dessa idéia com as da associação do uso da eletricidade com a Acupuntura baseada em medicina tradicional chinesa, em que se pretende que as “energias dos meridianos” sejam mobilizadas pela corrente elétrica, e a partir disso se espera que o procedimento surta o efeito descrito pela MTC. Esses efeitos passariam por conexões não-neurais, através de canais invisíveis, de uma forma misteriosa.
Os dois raciocínios, aparentemente coerentes, apresentam algumas deficiências nos alicerces, criando instabilidade na sua construção. A desconsideração do substrato biológico da atividade elétrica, deixa sem sustentação os pretendidos efeitos terapêuticos, e os estudos clínicos, no caso da Acupuntura baseada em MTC mostram uma equivalência entre desfechos da estimulação de pontos da Acupuntura chinesa e outros, aleatórios, que têm sido denominados “placebo” na maioria dos estudos clínicos.
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