sábado, 24 de novembro de 2007

Eletroanalgesia

Sob a denominação Eletroanalgesia reúnem-se as diversas técnicas de tratamento da dor baseadas na aplicação de correntes elétricas sobre tecido nervoso.

O uso empírico da estimulação de fibras nervosas na periferia tem uma longa tradição na terapia da dor [Sandkühler J. 2000], mas a eletroanalgesia atual evoluiu a partir dos trabalhos de Wall e Melzack, que demonstraram que a transmissão dos sinais nociceptivos depende do equilíbrio entre as atividades de fibras aferentes de grande e de pequeno diâmetro [Melzack R., Wall P. 1965]. Um aumento na atividade das fibras de grosso calibre, obtida com a eletro-neuro-estimulação (ENE), pode bloquear a propagação de informação proveniente das fibras finas para o cérebro.


A avaliação clínica da eficácia da eletro-neuro-estimulação periférica para o alívio de pacientes com dor crônica teve início há cerca de 40 anos, com as evidências clínicas da teoria do portão de controle da dor fornecidas pelos experimentos de Wall e Sweet no tratamento de pacientes com dor crônica [Wall P.D., Sweet W.H. 1967]. Desde então, numerosos estudos clínicos mostram que a eletroestimulação produz elevação do limiar e redução da percepção da dor.

Desde a década de 1960, quando se inaugurou a eletroestimulação como modalidade de terapêutica da dor, o entendimento dos efeitos do método tem evoluído, avançando além da teoria do portão do controle da dor. Hoje se sabe que nos diferentes níveis do sistema nervoso, a ENE produz diferentes efeitos: os mecanismos incluem bloqueio neural local, inibição da transmissão no corno dorsal da medula espinal, e ativação do sistema central inibitório [Long D.M. 1974].

Os progressos no conhecimento da neurobiologia da dor e da modulação aferente da transmissão nociceptiva levaram ao desenvolvimento das técnicas, e à consolidação das aplicações clínicas da eletroanalgesia, que representam um importante avanço no tratamento da dor aguda e crônica, de diferentes causas e mecanismos fisiopatológicos [Ignelzi R.J., Atkinson J.H. 1980].

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