sábado, 22 de dezembro de 2007

Os problemas da Acupuntura Baseada em Evidências

A quantidade reduzida e o baixo nível de qualidade metodológica da maioria dos estudos clínicos controlados e aleatorizados que visam avaliar a eficácia da Acupuntura têm sido apontados, nas revisões sistemáticas e meta-análises [Cochrane, Bandolier], como um problema para que se possam obter conclusões claras e inequívocas.

Uma das razões para esse fato é a carência de financiamento para a pesquisa clínica em Acupuntura, que depende das políticas das agências estatais, sendo praticamente inexistente o investimento privado nessa área. Além disso, os pesquisadores enfrentam diversos tipos de dificuldades metodológicas.

A realização de estudos quantitativos em Acupuntura é dificultada pela subjetividade dos efeitos, o cegamento dos aplicadores da Acupuntura é impossível, e o cegamento dos pacientes é difícil [A genuine acupuncture placebo is as unthinkable as placebo-surgery Kubiena G. Considerations of the placebo problem in acupuncture. Reflections on usefulness, ethical justification, standardization and differentiated use of placebos in acupuncture. Wien Klin Wochenschr. 12;101(10):362-7. May 1989].

O agulhamento em “pontos falsos” revelou-se inadequado para ser utilizado como placebo, devido aos efeitos fisiológicos inespecíficos da estimulação neural periférica [Pariente J., White P., Frackowiak R.S.J., Lewith G. Expectancy and belief modulate the neuronal substrates of pain treated by acupuncture. NeuroImage 25, 1161–1167. 2005].

Outro problema é o da falta de definiçãodos mecanismos da estimulação neural periférica. A maioria dos estudos clínicos em Acupuntura deixa de oferecer explicações que façam sentido, mas uma explicação racional é crucial para que os investigadores possam desenvolver e testar hipóteses causais, escolher um controle apropriado, e descartar os efeitos-placebo [Howard H Moffet. How might acupuncture work? A systematic review of physiologic rationales from clinical trials. BMC Complementary and Alternative Medicine 2006, 6:25 doi:10.1186/1472-6882-6-25].

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