terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Eletro-neuro-estimulação 1

O uso terapêutico da eletricidade tem origens milenares, e a sua aplicação clínica como indutora de modificações na atividade do sistema nervoso tem progredido intensamente. A partir da década de 1960 vem sendo utilizada para tratar síndromes dolorosas severas, e as pesquisas visando elucidar os mecanismos de ação da eletro-neuro-estimulação (ENE) estenderam as suas indicações para o tratamento de outras manifestações neurológicas. Com base em dados biológicos, anatômicos e fisiológicos, e em evidências clínicas, na atualidade o método é indicado para o tratamento da dor de diversas naturezas, e também para promover a restauração da normalidade funcional de sistemas orgânicos [Melzack R., Wall P. 1965; Melzack R. 1999; Ignelzi R.J. 1979; Romita V.V. 1997; Velasco F. 2000; Peckham H. 2001].

A ENE, que tem se demonstrado altamente eficaz no manejo de uma variedade de síndromes dolorosas agudas e crônicas (freqüentemente associados com outras terapias analgésicas), tem se difundido por ser um tratamento reversível e que não gera efeitos adversos sistêmicos [Hamza M.A., White P.F., Craig W.F. 2000; McClintic J.R. 1985; White P.F. 2004].

O tratamento das dores nociceptivas (como as de origem músculo-esquelética), inflamatórias (como da osteoartrite, da artrite reumatóide), neuropáticas ou neurogênicas (como a dor relacionada com pontos-gatilho miofasciais, a dor lombar crônica, a neuralgia trigeminal, neuralgia pós-herpética, dor lombar pós-cirúrgica) estão entre as indicações mais comuns da ENE. Incluem também outras condições, como náusea, síndrome pós-acidente vascular cerebral, depressão e doenças da pele [Fargas-Babjak A. 2004].

Pacientes com diferentes diagnósticos podem se beneficiar do tratamento por meio de ENE [Stojanovic M.P. 2001]. Dorsalgia, cervicalgia e dor lombar, síndrome de dor lombar pós-cirúrgica, cefaléia tensional e enxaqueca; síndrome de dor complexa regional, neuropatias periféricas, neuralgia pós-herpética, neuralgia occipital, mononeuropatias periféricas, trauma de nervo periférico, e encarceramento crônico de nervo (túnel do carpo, desfiladeiro torácico); dor pélvica crônica (incluindo cistite intersticial) e síndrome do colo irritável, assim como transtornos do humor e do sono, são exemplos de condições clínicas em que o recurso terapêutico tem sido testado com êxito.

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