segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Imagens da História da Eletro-neuro-estimulação. Parte 1. Das origens ao século 20.




Peixe elétrico representado em prato do século 4 a.C.


O uso de peixes elétricos era prescrito por Claudio Galeno e Scribonius Largus em Roma
(século 1 dC) para tratamento de cefaléia e dores articulares.
“... Os peixes elétricos... Tiram a dor presente e impedem que volte se ainda não tenha surgido”, e “As dores de cabeça, inclusive as crônicas e insuportáveis, são tratadas com a aplicação do peixe elétrico vivo sobre o local da dor (com a chegada da dormência, o peixe deve ser removido).”


Claudio Galeno (130-200 dC) usou o peixe elétrico para tratar gota e outras doenças, e escreveu: “Aplicado vivo no paciente com dor de cabeça, liberta o paciente da dor, assim como o fazem outros remédios que entorpecem os sentidos.”


As propriedades eletrostáticas do âmbar eram conhecidas na Grécia antiga. Atribui-se a Tales de Mileto ter sido o primeiro a descrever experimentos com eletricidade.



A palavra "eletricidade" foi inventada por William Gilbert, em 1601. Chamou de "elétrico" o campo de eletricidade estática produzida por atritar um pedaço de âmbar num tecido. O nome grego do âmbar, "electron", inspirou Gilbert.

No final do século 16, William Gilbert criou as primeiras máquinas de indução eletrostática, protótipos dos aparelhos utilizados nos trezentos anos seguintes, lançando as bases para a produção e controle da eletricidade artificial, substituindo a do peixe elétrico.


O primeiro gerador eletrostático foi construído por Otto von Guericke em 1672.
in
"Experimenta nova (ut vocantur) Magdeburgica de vacuo spatio" (Amstelodami, 1672).



Os primeiros experimentos científicos cuidadosamente documentados em fisiologia neuromuscular foram realizados pelo holandês Jan Swammerdam (1637-1680).


Máquina elétrica inventada por Hauksbee em 1704.



Van Musschenbroek (1744-1748) constrói na Universidade de Leyden, um dispositivo capaz de armazenar grande quantidade de eletricidade estática (condensador elétrico).


A garrafa de Leyden foi o primeiro aparelho feito especificamente
para armazenar carga elétrica.


A tecnologia proporcionou um avanço radical nos estudos sobre a natureza da eletricidade.



Sobre a Máquina Elétrizante (Elektrisiermaschine): Hubert-François Gravelo - Die Elektrisierte, 1750.


Máquina de eletroestimulação de 1788.
Em 1775, o médico dinamarquês Nickolev Abildgaard reailzou os primeiros estudos sobre os efeitos da eletricidade aplicada em seres vivos.

Luigi Galvani, 1781 - investigação do efeito da eletricidade sobre a contração muscular.


Luigi Galvani (1737-1798)


Benjamin Franklin (1748-1758) mostra que a luz tem caráter elétrico e através de seus resultados desenvolve o pára-raios.
Galvani utiliza suas descobertas, aplicando-as aos estudos biológicos.



Experimentos de Galvani com pernas de sapos.



Experimentos de "ressuscitação"(espetáculos públicos) de Aldini - sobrinho de Luigi Galvani - em que corpos mortos se movimentavam sob efeito dos impulsos elétricos.



Alessandro Volta (1745-1827)

Volta discordou das explicações de Galvani para os fenômenos bioéletricos. Percebeu que o simples contato de dois eletrodos bimetálicos nos nervos que comandavam os músculos da perna do sapo produzia uma contração. Entendia que não existiria um “fluido elétrico animal” proposta por Galvani. Para provar isso, acabou criando a primeira pilha elétrica, em 1800.

A Pilha de Volta

Galvani e Aldini demonstraram, por seu lado, que há uma eletricidade gerada pelo organismo. Num dos experimentos, o nervo de um animal foi encostado no músculo de outro animal e isso produziu contração muscular.

A Descoberta da Bioeletricidade - Galvani e Volta


Em 1797, tendo ele próprio recebido acidentalmente uma descarga de peixe elétrico, Alexander von Humboldt publicou os seus estudos sobre a eletricidade animal.

Von Humboldt mostrou que Galvani e Volta tinham parcialmente razão – os dois fenômenos eletricidade externa e orgânica são concomitantes.

Concluiu que toda contração muscular é precedida por uma
descarga dos nervos para os músculos.


A era das correntes farádicas na eletromedicina.

Michael Faraday (1791 - 1867)


A bobina de indução inventada por Faraday em 1831, permitindo a geração continuada de corrente elétrica.


A partir das descobertas de Faraday, Emil Heinrich du Bois-Reymond, em 1846, introduziu o uso da bobina de indução em aplicações médicas.


Aparelho de eletroestimulação utilizado em 1849.
Corrente elétrica da bateria (E) alimenta o circuito primário da bobina de indução (A).
Essa corrente empurra o martelo com o campo magnético do solenóide (junto a G) e quebra o circuito com o interruptor (D). Através da vibração do martelo, a interrupção é continuada e induz uma corrente de alta voltagem alternada no circuito secundário (A). A corrente é aplicada ao paciente através dos eletrodos (H).


Máquina de eletroestimulação - Guillaume Duchenne du Boulogne "De l’electrisation localisée", 1861.


Duchenne de Boulogne aplicando faradização.



Bear e Rockwell - aplicação de faradização


"Um defunto galvanizado". Charge ironizando a pretensa ressuscitação por meio de correntes galvânicas. Mais tarde, essa propriedade das correntes elétricas seria uma realidade, quando se considera os métodos atuais de cardioversão.


O aparelho de Krimer, usado para ressuscitação cardíaca. Paris, 1888


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