http://physrev.physiology.org/content/86/4/1309.full
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Sistema nervoso - patologia e terapêutica - dor e transtornos funcionais
http://physrev.physiology.org/content/86/4/1309.full
Conceitos provenientes da investigação das neurociências, são os fundamentos do método de modulação neural periférica,
desenvolvido e utilizado há mais de uma década, em diversas partes do mundo.
Considerando a extraordinária capacidade das diversas
modalidades de componentes do sistema nervoso periférico, situados em
diferentes tecidos além da pele, de responder a intervenções desenhadas para
essa finalidade, que provocam mudanças nas suas funções, com repercussões
locais, regionais e sistêmicas, sobre vários sistemas controlados pelo sistema
nervoso, pode-se deduzir o alcance do método terapêutico.
Controles neurais análogos ao da pele, descritos no artigo referido acima, ocorrem em todos os subsistemas do organismo, e são
cruciais para a vitalidade, a funcionalidade, a estabilidade e a capacidade de
reposta dessas estruturas. Presentes no tecido conjuntivo (fáscias, tendões, músculos,
ossos), no sistema circulatório, nas glândulas em geral, nos sistemas
imunitário, digestivo, metabólico, respiratório e urinário, os controles
neurais também são responsáveis pela autorregulação do próprio sistema nervoso.
O surgimento dos métodos de modulação neural periférica representa
uma revolução na Medicina, nos campos do tratamento da dor e dos transtornos funcionais.
Até então, a participação do sistema nervoso não era considerado na gênese e na
manutenção da maioria dos problemas de saúde em geral, e muito menos na terapêutica,
considerando as propriedades responsivas do sistema nervoso periférico à estimulação
e modulação.
O papel do sistema nervoso ainda não entrou nos raciocínios
clínicos, e nem faz parte dos currículos da formação médica e de outras
profissões da saúde, assim como não está incluído nas chamadas “medicinas
alternativas e/ou complementares”.
Embora a Acupuntura, mesmo involuntariamente, consista na aplicação de intervenções
sobre o sistema nervoso periférico, não é assim compreendida , permanecendo
vinculada aos cânones dogmáticos e fundamentalistas da “Medicina Tradicional
Chinesa”. Falha igualmente, por causa disso, em desconsiderar, nos raciocínios
diagnósticos, a participação das funções e disfunções do sistema nervoso, e na deixando de ter, na terapêutica, qualquer objetividade na escolha dos alvos adequados para a aplicação dos procedimentos, desprezando a anatomia, a fisiologia e a fisiopatologia.
A falta de consideração pela participação fundamental do sistema
nervoso na patogenia e na terapêutica compromete os resultados terapêuticos de
qualquer tratamento.
Isso se manifesta na abordagem da Medicina moderna, cujos
fundamentos, excetuando-se o desenvolvimento das engenharias aplicadas aos
exames e às terapêuticas farmacológica e cirúrgica se estabeleceram no século
19. E também na da Acupuntura que, apesar de ser uma especialidade médica, carece
gravemente de racionalidade, tanto em termos de clínica (o entendimento da
doença, a fisiopatologia, o diagnóstico e a prescrição de tratamento), quanto em
termos de anatomia e fisiologia, e de clareza dos objetivos do tratamento, na
escolha das técnicas e dos alvos das intervenções.
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