sábado, 29 de agosto de 2009

A dor desconsiderada e não-tratada


Artigo de utilidade pública:


“Procedimentos medievais”, por Drauzio Varella
na Folha de S. Paulo

Reproduzo trecho:

Antes da descoberta da anestesia, é compreensível que a medicina desse ouvidos à ideologia estúpida de valorização do sofrimento. Diante da dor, o que podia dizer o médico além de recomendar coragem, determinação e bolsa de água quente?
Mas conviver com a dor na prática diária em pleno século 21, sem fazer uso da melhor tecnologia para aliviá-la, é voltar aos tempos medievais.
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Dispomos de analgésicos potentes e de anestésicos de ação rápida que permitem acordar o enfermo imediatamente ao final da intervenção. Se é considerado desumano o profissional que deixa de medicar uma pessoa com dor, qual a justificativa para submetermos alguém a um procedimento que irá provocá-la, sem tomarmos as devidas precauções?
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Endoscopias, implantes de D.I.U., manipulações de pacientes traumatizados sem analgesia, o problema não é exclusivo da medicina brasileira. Biópsias de próstata sem anestesia são realizadas todos os dias em alguns dos melhores centros americanos e europeus, com a mesma justificativa: dá para suportar!

Dá para suportar quer dizer exatamente o quê? Que ninguém morre de dor? Se nossos Conselhos Regionais considerarem comportamento antiético indicar intervenções como essa a sangue frio e punirem os profissionais e as instituições que insistirem na sua realização, teremos dado um passo importante para tornar mais humana a prática da medicina, profissão que tem como finalidade aliviar o sofrimento humano.

2 comentários:

Monteiro disse...

parabens pelo blog. acompanho .

Instituto de Pesquisa e Ensino de Terapêutica Contemporânea - IPETC disse...

Origado, Monteiro. O ritmo de postagens está meio lento, mas continua.